Desde 3ª. feira, dia 9 de Agosto, que só temos olhos para o nosso João Afonso.
O parto correu bem, foi relativamente rápido.
Entrei para o quarto por volta das 8h e pouco, e passado pouco tempo apareceu o meu médico, o Dr. Jorge Lima, (a quem estou eternamente agradecida) que nos veio cumprimentar e dar-me um comprimido para pôr na bochecha, que se ia desfazendo.
Mediram-me a tensão e estava muito alta, 17-11. O médico ficou logo preocupado.
Entretanto por volta das 10h e tal comecei a sentir umas dorzitas idênticas às dores de período período, ligaram-me ao CTG, puseram-me o soro e o tal medicamento para o Steptococcos, não me pude levantar mais. Essa parte é chata... porque também me algaliaram e eu nunca tinha sido algaliada. Para mim foi uma das piores partes, estava sempre com a sensação de que tinha uma infecção urinária... horrível, mesmo!
As dores foram aumentando e o médico perguntou-me se já tinha dores e eu disse que tinha algumas... mas ele resolveu avançar com a epidural e ainda bem, porque realmente a disposição muda logo. Levei a epidural meia hora depois... Ah esqueci-me de dizer que desde de manhã fui "alvo" de vários toques do médico e alguns de uma enfermeira... isso também me custou, mas como dizia a enfermeira, não há outra forma de perceber a evolução da dilatação.
A dilatação lá foi aumentando, quando cheguei de manhã tinha 3 dedos, depois foi aumentando... Quando as dores começaram a ser ainda + fortes, levei um reforço da epidural... ai por volta das 13h...
A minha tensão foi medida várias vezes e estava sempre alta... o médico até me assustou e disse-me que para controlar a tensão teria de tomar um medicamento depois do parto e que teria de passar a noite nos cuidados intensivos. Entretanto os dedos de dilatação foram aumentando e cheguei aos 8. Por volta das 15h comecei de novo a sentir umas dores, mas desta vez eram lá + em baixo na zona do períneo, uma pressão que não consigo descrever.
O médico foi "espreitar" e avisou-nos que + uns 15 minutos e íamos para o bloco de partos. Não foram precisos os 15 minutos, porque eu pedi à enfermeira para avisar o médico que o bebé estava pronto para sair, eu estava a senti-lo mesmo ali à "saída" e já estava era a "fazer força para não fazer força
" Fomos para o bloco de partos... e foi num instante.
O médico disse-me umas 3 ou 4 vezes para fazer força e não me doeu nada na expulsão... Aconteceu assim o momento mágico. Conhecemos finalmente o João Afonso! Eu estava muito nervosa e fiquei espantada a olhar para ele muito emocionada, o pai fartou-se de chorar... foi muito bom mesmo. O médico pôs o bebé em cima de mim até ele chorar e o pai cortou o cordão umbilical, foi mesmo incrível...Depois levaram-no para tratar dele.
O pai com toda esta emoção acabou por se sentir mal e o médico é que deu por isso e disse-lhe para se deitar no chão numa salinha ao lado. O médico disse-me que é muito comum, porque assistir não é nada fácil, é difícil ver as pessoas que mais amamos em situações que não conseguimos ajudar...
No fim o médico tratou de mim, "deu-me" os famosos pontos, porque apesar de o bebé não ser muito grande (2840Kg), o médico cortou-me e eu até fiquei espantada quando o ouvi a pedir a linha, porque não tinha dado por nada.
Nessa altura ainda troquei umas palavras com o estagiário, com o médico e com a enfermeira, sobre Praga, porque o estagiário estava lá estudar. Estávamos todos em "amena cavaqueira", como se eu não estivesse a ser cosida... mas é mesmo verdade que não me custou nada esta parte. Depois fui para o recobro, onde estive cerca de 2 horas e tal. A minha tensão foi medida uma série de vezes e o médico foi ter comigo várias vezes também e acabou por me dar um grande presente, disse-me que não queria que passasse a primeira noite longe do nosso bebé e que iria controlar a tensão através de comprimidos. E ainda bem, porque passámos a 1ª. noite quase sem tirar os olhos do nosso pequeno príncipe. :)